O Ministro da Educação falou à Renascença e ao Público sobre as preocupações levantadas no que diz respeito a uma possível inflação propositada das notas do ensino secundário.
Com as alterações que fazem com que os exames deixem de contabilizar 30% para a Classificação Final da Disciplina, muitos alunos levantaram a preocupação de que haveria escolas e entidades que ao influenciarem de forma artificial as notas internas isto provocaria uma falta de controlo sobre a equidade do concurso nacional de acesso.
Por outras palavras, haveria um perigo do sistema de concurso não ser verdadeiramente justo.
Na resposta a estas preocupações, Tiago Brandão Rodrigues, diz que haverá auditorias aos critérios de avaliação e atribuição de notas!
Como é que estas auditorias serão feitas?
Será feita uma comparação entre as notas obtidas nos exames nacionais e as atribuídas pelas escolas, no caso das disciplinas de exame.
No caso das disciplinas sem exame, é feita uma análise aos critérios de avaliação interna utilizados pelos professores e pela escola, em 1º lugar. Em 2º lugar, as notas do 1º e 2º períodos serão analisadas e comparadas com os resultados finais e mapeadas as respetivas discrepâncias.
O Ensino à Distância, não será exceção nestas análises, pelo que, todas as avaliações feitas nesta modalidade também serão alvo das auditorias.
O que é que tem acontecido a este nível nos últimos anos?
O Ministro refere que nos últimos 4 anos já houve um trabalho constante por parte das autoridades competentes no mapeamento das escolas a nível nacional que apresentam discrepâncias na atribuição de notas e, inclusive, na instauração de processos à grande maioria destas escolas.
Em 2015, tinham sido apontadas 28 escolas que apresentavam desfasamentos positivos ou negativos relativamente aos exames nacionais.
Só em 2019, teriam sido instaurados 20 processos por inflações de nota no secundário. Algumas destas escolas, por já ser um processo recorrente, estariam em risco de fechar segundo o Público.
Nesta entrevista, foi garantido, devido às medidas das tomadas por causa da Pandemia, que a Inspeção-Geral da Educação e Ciência – responsável por assegurar a “justiça” do processo - irá mobilizar mais inspetores para assegurar estas auditorias e para evitar os danos provocados por “oportunisticamente alguém (…) tirar partido das circunstâncias [excepcionais que vivemos em tempos de pandemia].”.