A iniciativa Escola Amiga das Crianças, promovida pelo psicólogo Eduardo Sá e com o apoio da Confederação Nacional das Associações de Pais, pretende classificar as escolas com um selo de qualidade alternativo aos rankings. O prazo de candidaturas já fechou e pelo menos 800 inscrições foram registadas
A bandeira azul da educação, destinada a escolas públicas e privadas, pretende valorizar aspetos que vão desde a qualidade das infraestruturas disponibilizadas aos alunos à inovação dos projetos. Eduardo Sá, ao Diário de Notícias, reiterou a pretensão de criar sistema que se apoie noutras valências, em comparação com o que é feito com os rankings, que são "de certa forma subvertidos e tornados num instrumento ao serviço do marketing, da publicidade e às vezes de batotices inacreditáveis".
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"Mas às vezes a leitura que se faz da escola resume-se a isso e não a outras coisas que são importantes na formação do aluno. A escola está a andar muito depressa mas talvez ainda veja os alunos com uma lógica de funcionamento do século XIX quando já estamos no XXI", rematou, em declarações ao mesmo jornal.
Um dos casos que o psicólogo usa como exemplo são os recreios: "Se formos ver, os recreios cobertos nem sequer existem em muitas escolas", ilustra. "Às vezes parece que brincar é uma atividade de primavera-verão, quando devia ser de todo o ano", lamenta. Mas há muitos outros aspetos que se pretende "trazer à equação", desde "a qualidade da alimentação" aos próprios "projetos educativos".
Jorge Ascenção, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, revelou que a ideia passa mesmo por fazer como nas praias de bandeira azul: "Estamos mesmo a pensar se será possível lançar uma bandeira que possa estar hasteada na própria escola", conta. "Queremos combater a ideia de que só as escolas que têm bons resultados são boas. Há muitas escolas que têm boas condições, bons professores, desenvolvem um excelente trabalho mas que depois, por diversas situações, não conseguem ter o mesmo destaque nos rankings."