A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) considera um “problema gravíssimo” a falta de professores nas escolas em Portugal, uma vez que entre 30 a 50 mil alunos estarão sem professores pelo menos a uma disciplina – situação provocada pela falta de professores, explica Mário Nogueira (secretário-geral da Federação).
Recolhidos os últimos dados, continuavam em concurso na contratação de escola mais de 400 horários. Este número traduz-se em quase seis mil horas que as escolas não conseguirem preencher de outra forma. O número de horas tem vindo a evoluir devido a um aumento de baixas médicas entre os docentes, explica Vítor Godinho, dirigente da Federação Nacional de Professores e especialista na análise dos concursos de colocação.
Mário Nogueira aproveitou os resultados das eleições legislativas, em janeiro, para reagir e apontar a falta de docentes como “um dos problemas mais urgentes a resolver na próxima legislatura”. O envelhecimento da classe docente foi um dos outros pontos abordados e sobre o qual Mário Nogueira defendeu que é necessário “permitir que todos os professores com 60 e mais anos de idade se possam aposentar e ser substituídos por jovens”. A precaridade, os impedimentos à progressão na carreira, os horários, o regime de concursos e os apoios aos professores deslocados são alguns dos principais tópicos que evidenciam a urgência em tornar esta profissão mais atrativa. Neste sentido, os professores de 1.º ciclo e de Educação Especial estão entre os mais procurados.
Vítor Godinho antecipa que, à medida que o ano letivo decorre, "o problema deverá decrescer, quanto mais não seja pelo reforço do recurso a horas extraordinárias".
Em jeito de conclusão, o secretário-geral da Federação refere, uma vez mais, o foco e dedicação em trabalhar em prol dos alun@s mas acrescenta que sem professores as escolas não podem nem conseguem funcionar.