Ao arranque a meio-gás dos cursos Técnicos Superiores Profissionais (Tesp), as instituições responderam com entusiasmo para o segundo ano de vida desta nova oferta do ensino superior. São quase 500 as propostas de novas formações apresentadas à Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES) para entrarem em funcionamento no próximo Outono, quase quatro vezes mais do que as apresentadas no primeiro ano. Dois terços foram apresentados por politécnicos públicos. Esta aposta do Governo está também a levar a uma reorganização dentro das próprias instituições de ensino.
Os Tesp estão reservados para os institutos politécnicos e a expectativa de poder receber um novo contingente de estudantes que estavam afastados das ofertas mais tradicionais do ensino superior está a levar algumas universidades a avançarem para a criação de escolas politécnicas ou novos estabelecimentos de ensino superior para poderem vir a receber cursos deste tipo. No sector privado, o Instituto Superior da Maia, que desde o ano passado passou a ser instituto universitário com a aprovação do seu primeiro curso de Doutoramento, está à espera que a DGES reconheça o Instituto Politécnico da Maia, uma nova instituição através da qual submeteu 17 propostas de novos cursos curtos. O grupo Lusófona tomou uma decisão semelhante, estando em processo de criação o Instituto Politécnico da Lusofonia, para o qual está pedida a acreditação de 19 cursos.
Instituições públicas em maioria
Destes 478 cursos propostos para o próximo ano, 359 foram apresentados por instituições públicas, o que corresponde a praticamente três quartos das propostas recebidas pela DGES. Os restantes 119 cursos submetidos para aprovação são originários de instituições privadas. Estes números reflectem uma inversão completa relativamente ao que se tinha passado no ano lectivo anterior, o primeiro em que houve Tesp em funcionamento. Dos 138 pedidos de registo então submetidos, quase 70% diziam respeito a propostas apresentadas por institutos politécnicos do sector privado.
Além de mais cursos curtos apresentados para validação da DGES, houve também mais instituições a submeter propostas: 57, contra as 30 do primeiro ano. Desta feita, quase todos os politécnicos públicos apresentam um grande número de propostas. Com excepção do Politécnico de Lisboa (com apenas um curso técnico submetido para aprovação), os restantes apresentam entre 10 e 20 propostas, havendo mesmo alguns casos de politécnicos que pretendem abrir mais de 30 cursos no próximo ano: Politécnico de Leiria (31), Politécnico de Viana do Castelo (33) e Politécnico de Coimbra (35).
Fonte: Público