Como já tínhamos indicado, o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, tinha proposto às faculdades de Medicina de todo o país aumentar as suas vagas até 15%.
Isto significa que Medicina podia ter tido mais 200 vagas, tal como outros cursos apresentaram subidas no número de vagas, mas as faculdades disseram “Não”. Disseram não porque defendem que atualmente as faculdades que lecionam este curso se encontram sobrelotadas.
Ouviram-se muitas vozes críticas a esta proposta, mas vieram com força do Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Bastonário da Ordem dos Médicos. O 1º que indica que a própria FMUP foi construída para 190 estudantes, mas atualmente alberga 350.
O Diretor aponta que isto não passa de uma “jogada” para forçar a existência de Medicina no Privado e que Portugal não tem falta de médicos, mas sim uma má distribuição dos profissionais. Para ele a proposta deveria ser para o desenvolvimento das infraestruturas, materiais e tecnologias presentes nas instituições e não para o aumento de vagas. Apesar desta posição, o representante da FMUP é dos que apoiam a abertura de vagas em Medicina para os alunos estrangeiros.
O Bastonário vai mais longe e diz que "Aquilo que o ministro fez - e que não está correto e antigamente era impossível - foi pressionar de forma brutal a sua própria agência, a A3ES, para que esta aprove os novos cursos de medicina. E isto não está bem". Podes ver aqui toda a informação avançada pelo Expresso e os restantes comentários do Bastonário.
Por outro lado, do lado dos privados, há 3 instituições na corrida para a aprovação do curso no Privado. E está “para breve!”, segundo o presidente da Agência para a Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, A3ES.
Já tínhamos levantado a questão “Será que o COVID vai ajudar à aprovação de Medicina no Privado?” e pelo andar da carruagem, vai mesmo acontecer! Quem o diz é o Presidente da A3ES à Renascença.
Ainda que esta decisão devesse ter sido tomada em junho, devido ao COVID houve adiamento dos prazos. Atualmente, a decisão deveria ter sido tomada no dia 22 de julho, mas atualmente aguarda-se um parecer não vinculativo da Ordem dos Médicos – que já se mostrou contra esta possibilidade noutras análises.
Também o Presidente da A3ES já indicou que se não houver uma resposta da Ordem, até ao final do mês, tomará uma decisão na mesma.
Se a decisão for positiva, o representante da Comissão instaladora da Faculdade de Medicina da Universidade Católica acredita ser possível ter o curso em funcionamento já no próximo ano letivo, uma vez que apenas falta o término de uma obra de construção civil.
Portanto, com ou sem Ordem dos Médicos, esta corrida da CESPU, da Universidade Fernando Pessoal e da Universidade Católica terminará agora, no final de julho.