Passadas 5 décadas da Crise Académica, o abandono escolar é o mais baixo de sempre!

Bruno Alves
Redator com Futuro
2 maio 2020

Hoje, dia 17 de abril, foi o dia em que tudo começou, há 51 anos, precisamente.

Neste dia, em 1969, iniciar-se-ia uma revolução criada por estudantes universitários em Coimbra. Esta revolução viria a ser conhecida como a Crise Académica.

Já a todos nos aconteceu reclamarmos por sermos obrigados a ter de estudar isto ou aquilo, mas a verdade é que nem sempre foi assim.

Nos anos 60/70 não havia escolaridade obrigatório até ao 12º ano, no entanto, houve estudantes que pela luta pela liberdade contra o regime Salazarista, optaram por fazer greve aos exames e abandonarem a escola.

Este ato de rebelião viria a garantir-lhes uma passagem pelas guerras coloniais em África. Já pensaste o que seria, se quisesses abandonar a escola, seres obrigatoriamente enviado para a guerra?

Em honra do movimento estudantil, a 1987, foi declarado o dia 24 de março como o Dia Nacional do Estudante.

 

Na comemoração destas 5 décadas, foram anunciados alguns indicadores estatísticos muito positivos relativamente ao Ensino Português.

 

A percentagem de jovens que abandonaram precocemente os estudos diminuiu para 10,6%. Há duas décadas este valor era de 50%.

Nunca o abandono escolar foi tão baixo. Este indicador refere-se a todos os jovens entre os 18 e os 24 anos que abandonaram os estudos sem concluírem o ensino secundário.

Os valores foram publicados pelo Instituto Nacional de Estatística, e o Ministério da Educação lançou um comunicado, congratulando-se com a descida:

"estes resultados devem-se, em primeira instância, a todos os que trabalham diariamente nas escolas, comprometidos com o desígnio de construção de uma escola inclusiva, que garante acesso à educação e ao sucesso educativo".

          

Esta redução coloca Portugal perto de cumprir mais uma das metas Estratégia Europa 2020, definidas há 10 anos para promover um crescimento “inteligente, sustentável e inclusivo” da União Europeia. O objetivo é que este valor não vá além dos 10%, sendo que na altura alcançava quase os 30%.

A redução do abandono acentuou-se com o alargamento da escolaridade obrigatória dos 9 para os 12 anos, medida essa que entrou em vigor no final do ano letivo de 2012/2013, apesar de lançada em 2009.

O ministério destacou que o panorama em Portugal é ainda mais positivo, “considerando que coincide com um aumento muito considerável do emprego jovem nos últimos anos”, o que poderia constituir “um estímulo para o não prosseguimento de estudos desta franja da população”.

 

No entanto, Portugal ainda continua a ter uma das maiores taxas de abandono da Europa, sendo que metade da população entre os 25 e os 64 anos ainda não concluiu o secundário.

 

Isto significa que, enquanto estudante, podes ter um papel ativo na defesa da educação, contribuindo constantemente para a melhorar. Como? Ajudando os teus colegas, professores, a tua escola e a tua comunidade a evoluir.

Seja integrando grupos para esse efeito, simplesmente ajudando alguém a estudar para os Exames ou até emprestando os teus apontamentos a quem não tem equipamentos para poder usufruir do Ensino à Distância.

 

 

 

FONTE: Público