Que sectores estão a contratar e a pagar melhor?

Admin Inspiring Future
8 abril 2015

 

O mercado das contratações vai animar a indústria nacional em 2015, uma vez que o aumento das exportações deverá continuar a alavancar a área produtiva, assim como o negócio das empresas de logística e transitários. Haverá muita procura por responsáveis de produção, de melhoria contínua, engenheiros especializados nas áreas de mecânica e electrónica bem como comerciais de logística/transitários. A conclusão é do Guia Laboral 2015 da Hays, que faz um retrato das perspectivas de contratações e salariais para este ano por sectores.

É precisamente no sector industrial que é atingido o salário de topo mais elevado no retrato das perspectivas salariais para 2015 da Hays: um director-geral pode chegar aos 112 mil euros (brutos anuais) no Porto e 110 mil euros em Lisboa (ver infografia, em cima). Exemplo do que se passa neste sector, a Sonae Indústria está apostada num reforço da sua eficiência produtiva e melhoria na inovação, em 2015, e vai continuar a promover ou contratar, "novos colaboradores especializados e qualificados", segundo fonte oficial da empresa de Belmiro de Azevedo. Em situação menos positiva, acrescenta o estudo, "estão todas as engenharias que, pela sua falta de plasticidade ou por características inerentes ao mercado português, não se enquadram nas necessidades das empresas que estão a gerar emprego. É o caso dos engenheiros do ambiente, engenheiros civis e arquitectos, que há vários anos enfrentam uma escassez crónica de oportunidades de carreira em Portugal". 

Uma área que está em recuperação nas empresas portuguesas é a de contabilidade e finanças, segundo a Hays, devido à necessidade, que se mantém, de contenção de custos e recuperação de crédito, impulsionando novas contratações. Um CFO experiente chega aos 75 mil euros. Por outro lado, a dinâmica do mercado de contratações está a acelerar a profissionalização da área dos recursos humanos em muitas empresas. Um director desta área chega ao 70 mil euros.


Departamentos comerciais voltam a crescer
"As equipas de marketing voltaram finalmente a crescer, especializando-se e regressando a números mais próximos dos anos que antecederam o período de instabilidade económica", sublinha o estudo. Os perfis mais procurados são os relacionados com exportação e com o digital, como gestor de exportações, mas também gestor de conta, marketeer, responsável de marketing digital, gestor de marca e gestor de produto. Um director de marketing e comunicação pode chegar aos 90 mil euros de salário anual. No entanto, a oferta salarial deverá manter-se.

No retalho e grande distribuição a recuperação de indicadores como o consumo privado levou à abertura de novos espaços comerciais e ao alargamento da rede de lojas de algumas marcas. Os perfis mais solicitados são gerente de loja, supervisor de loja, chefe de secção, comprador de moda, designer de moda, gestor de loja online e gerente de media. Um gestor de retalho pode chegar aos 42 mil euros em Lisboa.

Já na banca e seguros, a recuperação ainda não chegou. A banca de retalho "continua a passar por uma situação pouco estável, enfrentando até alguns processos de redução de pessoal, o que limita bastante a possibilidade de novas contratações", diz a Hays. Salva-se o 'private banking', onde um director atinge os 90 mil euros de salário em Lisboa. 

Também a indústria farmacêutica está ainda a recuperar o dinamismo, depois das reestruturações. Um director de marketing chegar aos 87 mil euros, embora na medicina um director consiga chegar aos 110 mil.

 

TI e turismo e lazer atravessam bom momento
No turismo e lazer a abertura de novos 'boutique hotels' em Lisboa, o crescimento da área de imobiliário para o mercado estrangeiro e o aumento das rotas 'low cost' a voar para Lisboa deverão potenciar ainda mais a procura por chefes de cozinha, 'sommeliers', chefes de sala, maitres e comerciais para imobiliário e hotéis de 5 estrelas, conclui a Hays. Um director de hotel chega aos 63 mil euros. No Grupo Pestana, a procura será sobretudo por "competências de liderança", afirma o director de recursos humanos, Jaime Morais Sarmento. Nas TI "mais do que nunca, é necessário que as empresas ajustem a sua oferta salarial e pacotes de beneícios às expectativas destes profissionais, que estão cada vez mais conscientes do seu valor negocial no mercado europeu e mundial", adverte a Hays. Um gestor de unidade de negócio nesta área chega aos 75 mil euros.

 

Fonte: Económico