É normal que tu, com os teus 18 anos, não tenhas a vida toda definida e sintas várias dúvidas em relação ao que queres fazer a seguir... 😊
Tudo o que estás a sentir é válido até porque, se olhares em teu redor, perceberás que cada pessoa tem o seu tempo. Nem tod@s conquistam o emprego dos seus sonhos antes dos 25, tiram a carta mal atingem a maioridade ou têm uma licenciatura aos 21...
Cada pessoa atinge as suas metas ao seu ritmo. Ninguém é, nem tem de ser, igual a ninguém! 😉
Mesmo sabendo disto, a sociedade tende a questionar as opções que vamos fazendo ao longo da nossa vida. Daí ser tão importante estares consciente de que nunca irás conseguir agradar a toda a gente, pelo que o melhor a fazer, é agradares-te a ti!
A escola ensina-nos muita coisa útil, mas o sistema de ensino não é muito tolerante com falhas.
O que quero dizer com isto? 🤔
Bem, sempre nos deram a entender que quem tira más notas, nunca poderá ter sucesso, o que gera em nós um grande sentimento de cobrança.
Quando chegamos ao Ensino Secundário, esta pressão ainda aumenta mais porque, supostamente, só há um caminho certo: entrar na universidade.
Cada caso é um caso mas, de uma forma geral, podemos concordar que o Ensino Superior nos abre muitas portas e que, quanto maior for o nosso grau académico, maiores serão as chances de termos um emprego no qual somos bem pag@s. 💵
Terminei o 12° ano no ano letivo passado. Nunca fui a melhor aluna da turma mas, ao longo do meu percurso escolar, tive vários professor@s que criaram expectativas sobre o meu futuro, pelo que, tudo o que menos queria, era desapontá-l@s.
Hoje, olho para trás, e percebo que me doía mais desapontar os outros, do que ficar desapontada comigo mesma. Cresci com este pensamento de que podia sempre fazer mais e melhor! 🙂
Resumindo e baralhando, já tinha uma licenciatura em mente, fiz os exames nacionais necessários e concorri pelo Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior.
Escolhi o mesmo curso nas 6 opções que podia preencher. A minha média não dava para as universidades mais próximas e eu só rezava para entrar no Porto. 🙏
Entretanto, saíram as colocações, e lá estava eu, em Viseu. Fingi que estava feliz porque, afinal de contas, era a instituição mais próxima a seguir ao Porto e, pelo menos, tinha ficado colocada em algum lugar.
Assim que as aulas começaram, fiz as malas e preparei-me para mudar o meu rumo. Só não sabia que iria durar tão pouco tempo… ⏳
Consegui um quarto numa residência e só vinha a casa aos fins de semana. Ainda assim, as minhas primeiras impressões sobre a universidade foram positivas.
Claro que na primeira semana andei muito sozinha, mas depois, conheci gente com quem me comecei a dar. 🤩
As aulas eram interessantes em algumas cadeiras, mas não em todas. Existiam 3 cadeiras, em particular, que não eram muito a minha praia...
Teria conseguido aguentar tudo isto, se não fosse a distância. Não eram só as saudades de casa, eram as viagens demoradas para cá e para lá, com malas a abarrotar... 🧳
Consegui conciliar os estudos, com a preparação das malas, dos almoços e dos jantares, as crises de pânico, os ataques de ansiedade... Foi preciso tudo isto para eu perceber que, mesmo gostando do meu curso, o melhor a fazer era mesmo desistir!
Foi uma decisão dolorosa, só estive lá 1 mês e 3 semanas, mas foi a primeira vez que tomei uma decisão pela minha própria cabeça. 🧠
A partir do momento em que cheguei a casa, comecei o meu Gap Year que, na prática, significa uma pausa nos estudos ou no trabalho, seja para viajar, fazer voluntariado ou apenas cuidar de nós mesm@s e nos autoconhecermos.
Estou em Gap Year há 4 meses e devo confessar que uns dias são melhores do que outros. No entanto, graças a esta paragem que decidi fazer nos estudos, já consegui: abraçar novas oportunidades, experimentar atividades novas, aproveitar para passear por sítios por onde nunca tinha passado antes...
É claro que às vezes me sinto frustrada, por não saber ao certo o que quero fazer. Contudo, acredito que, quaisquer que sejam as escolhas que façamos, conseguiremos sempre reter aprendizagens importantes. 💪
Às vezes podemos pensar que só estamos a ver navios a passar, mas nunca será só isso. Porque tal como te disse no início deste artigo, nem tod@s temos o mesmo ritmo.
Olha para o teu Gap Year como um investimento: pode poupar-te anos a fazer algo que não gostas e permitir-te avançar rumo a algo que desejas! 🚀