Este ano o frio demorou a chegar. Quase te enganou, não foi? Pois, a mim também... Mas, consistente como só ele, instalou-se de fininho e veio para ficar.
E esta é a altura em que começas a sentir aquela aula teórica não é assim tão importante, que só mais um episódio daquela série da Netflix não demora assim tanto; e que podes começar a ser produtivo depois, até que dás por ti e fizeste maratona das últimas três temporadas, só porque o sofá e a manta estavam demasiado apelativos para saíres deles.
De facto, o frio não é uma cor que assente muito bem ao povo português. Queixamo-nos, queixamo-nos e queixamo-nos mais um bocadinho e acabamos por não fazer nada! Mas sabem que mais? Há lições que podemos aprender com o frio também, como persistência e perserverança. Agora a sério... como podemos lidar com a sensação de falta de motivação e inspiração quando temos tarefas a fazer, trabalhos para escrever, e prazos para cumprir?
É importante termos presente que, por muito que gostássemos de que o tempo parasse quando estas situações ocorrem, não para. A vida continua, apesar de tudo. Não entrem em pânico quando vos digo isto, até porque é bom que assim seja! Pensa comigo: cada um de nós tem os seus problemas e tristezas, às vezes não se manifestam muito no nosso comportamento e motivação, e outras vezes apoderam-se completamente e não conseguimos fazer mais nada a não ser pensar neles.
E isso é só natural; é algo que vem inerente à natureza humana e não muda. Sente o que tens a sentir, só assim se escoam as emoções que carregas, mas faças o que fizeres, não fiques parado por muito tempo.
A mente humana pode ser incrível, capaz e criativa, mas pode igualmente ser uma prisão, e é precisamente por termos responsabilidades para com algo ou alguém (um amigo, um pai ou uma professora, por exemplo) que, mesmo contrariados, continuamos a andar.
Por isso, toma algum tempo para ti e para os teus problemas, ignorá-los não resolve nada, mas depois disso, respira fundo e marca aquela reunião de trabalho de grupo, vai àquela aula, estuda aquela matéria, continua a andar.
Não fiques parado/a! Nada na vida é estático, nem o bom nem o mau. E, se pensares bem, encontras sempre algo pelo qual estás grato/a e te dá alento para continuar.
Termino com um pequeno desafio: Escreve numa folha de papel ou cartão três coisas pelas quais estão gratos/as e afixa-as na parede do quarto e fixa-as na cabeça, para que não se voltem a esquecer que quando tudo parece mau… há sempre onde ir buscar luz na nossa vida.