Cuidado! Estás a ser enganado!

Redatora com Futuro
2 maio 2020

O título é, propositadamente, exagerado. Como são aliás, muitos daqueles que nos surgem no feed das redes sociais ou que aparecem em letras enormíssimas nos telejornais, para captar a nossa atenção.

 

Estamos a viver um período em que queremos (e devemos!) estar bem informados, não só para nos mantermos atualizados face aos dados mais recentes do Covid-19 no nosso país e no Mundo, como às medidas que vão sendo implementadas para colmatar o surto - e que podem aplicar-se à nossa situação.

 

Quanto a isto, queremos dizer-te duas coisas:

Estar bem informado, sobretudo numa situação destas, não significa deixarmo-nos “inundar” de tudo o que vemos nas redes sociais.

Devemos limitar a quantidade de notícias que vemos e não assimilar toda a informação que lemos, sobretudo quando esta não tem uma fonte credível. Não avó, não vais evitar apanhar o vírus se beberes muita água ou se comeres alho (como se tem ouvido dizer por aí), lamento.

 

O que nos leva ao segundo ponto, selecionar fontes de informação fidedignas. No digital, devemos evitar a exposição a fake news seguindo apenas páginas de jornais, revistas ou sites autentificados.

No entanto, sabemos que a maior parte da população se informa através da televisão, sendo os telejornais do horário nobre aqueles que abrangem a maior parte das pessoas, o que significa para os mesmos uma responsabilidade acrescida.

É preciso, apesar de tudo, ser crítico em relação àquilo que vemos e ouvimos. Num estudo realizado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), onde foram analisados os canais generalistas e a CMTV, esta alerta-nos para:

  • O recurso a elementos sensacionalistas na construção das notícias, o qual, segundo essa mesma análise, prevalece no CM Jornal 20h da CMTV;
  • A mesma entidade recomenda, a estes canais, um maior cuidado na separação entre informação e opinião, na identificação das fontes, na garantia do contraditório e da presunção de inocência.

Com isto, queremos relembrar-te que é fundamental ser seletivo quando nos informamos, mesmo que pensemos estar a recorrer a fontes que, à partida, nos transmitem confiança e credibilidade.

Não devemos ser “uma esponja” que se limita a absorver tudo o que vê e ouve, mas sim procurarmos estar bem (e verdadeiramente) informados.

 

A nossa sugestão, em particular, para esta altura, é que consultes, diariamente, o boletim epidemiológico referente ao Covid-19, no site da Direção Geral de Saúde (DGS) que te dá uma noção clara e correta da evolução diária da pandemia em Portugal. Posto isto, sabes que os dados só serão atualizados no dia seguinte, não vale a pena procurares mais informação. É o suficiente.

 

Claro que, se não quiseres ficar por aqui, podes sempre ler algum estudo que permita prever, através de modelos matemáticos, a evolução da pandemia em Portugal e comparar com a realidade, ou ler uma ou outra notícia que te desperte interesse sobre a investigação que está a ser feita sobre uma nova vacina ou fármaco, ficarás um pouco mais informado e talvez mais otimista (e quem sabe finalmente aprendas a interpretar um gráfico ou a compreender o que é um crescimento exponencial – “Ah! Afinal o que aprendemos nas aulas de matemática tem utilidade!” – os professores de Matemática vão agradecer).

 

A ideia é não te sobrecarregares com notícias, que às vezes até são contraditórias. Evita a informação em excesso, pelo bem da tua saúde mental.

Esperemos que estas dicas te sejam úteis sempre que procedas, de uma forma geral, à recolha de informação! Não te deixes enganar!

 

 

 

 

FONTE: Público