Entre Rosas e Espinhos: As Relações Humanas são Complexas!

Redatora com Futuro
14 março 2024

Ao longo da juventude, as relações interpessoais desempenham um papel decisivo no nosso desenvolvimento emocional, social e cognitivo.

 

Estamos perante uma fase da vida caracterizada por mudanças significativas, tanto físicas, como psicológicas, e as relações interpessoais desempenham um papel fundamental na formação da identidade e no desenvolvimento das competências sociais.

 

No decorrer deste período, passamos a maior parte do tempo na escola, o que significa que também é lá que se desenrolam alguns dos momentos mais marcantes das nossas vidas. É lá que estão as pessoas com as quais vamos criar todo o tipo de relações, desde as mais positivas, até às mais conflituosas e é sobre isso que vamos agora refletir:

 

Não preciso de te convencer que na escola criamos relações que nos trazem uma quantidade infinita de coisas boas, principalmente, as boas amizades, que construímos e que temos a sorte de levar para o resto da vida.

 

Ainda assim, não ficamos por aqui. As pessoas com as quais nos relacionamos, diariamente, têm o poder de contribuir para o nosso desenvolvimento social e bem-estar na escola.

 

Relações sólidas com @s noss@s colegas e professor@s são o primeiro passo para o sucesso escolar e melhoria do desempenho académico.

 

Mas nem tudo são rosas... Por vezes, picamo-nos nos espinhos.

 

Na vida em sociedade, é impossível darmo-nos bem com toda a gente. O mais comum é surgirem pessoas com as quais não nos identificamos tanto, o que pode até conduzir a alguns problemas, como é o caso do bullying ou da descriminação.

 

Estes percalços, por sua vez, podem contribuir para o isolamento social ou outras situações que acabam por impactar, negativamente, a nossa saúde mental.

 

A grande pergunta que se coloca é então a seguinte: se sabemos que este tipo de coisas acontecem, seja na escola, no trabalho ou em casa, o que podemos fazer para as “combater”?

 

Deixarmos de nos relacionar com pessoas, por muito que, por vezes, nos possa parecer apelativo, não é de todo uma opção. Não só porque vivemos em sociedade, e essa é a realidade (temos de lidar com pessoas, quer queiramos, quer não), mas também porque, como já vimos, as relações interpessoais nos podem trazer inúmeros benefícios.

 

Nesse sentido, quando nos deparamos com um conflito numa relação, que até nos é bastante querida, em primeiro lugar, devemos encarar essa situação como uma oportunidade de aprendizagem. Porque, se de facto se tratar de alguém com quem tenhamos de nos relacionar, não há melhor solução do que encontrarmos mecanismos, para aprendermos a lidar com essa pessoa. 

 

Por muito chato que possa parecer, esta circunstância vai ajudar-nos a desenvolver competências de resolução de conflitos. De tal modo que, no futuro, será muito mais fácil lidar com alguma situação do mesmo género. 

 

Em segundo lugar, se tivermos confiança com a pessoa para tal, é importante explicarmos quais são as suas atitudes que nos incomodam e o porquê, sempre da forma mais clara e respeitadora possível.

 

Por último, podemos estar perante algo mais delicado, se as atitudes da pessoa, na realidade, forem o reflexo de um período mais atribulado, pelo qual possa estar a passar.

 

Se for esse o caso, devemos procurar fazer um esforço para entender que essas atitudes, que não compreendemos, e que a própria pessoa pode não conseguir explicar, surgem do facto de ela estar, de tal forma desconcertada, que não se apercebe do quanto isso está a afetar o seu dia a dia.

 

Nessas circunstâncias, o ideal será mostrarmos o nosso apoio, quanto mais não seja, emocional, para que exista abertura para a partilha de preocupações, e até para procurar ajuda, caso venha a ser necessário. 

 

Concluindo, é importante termos presente que, embora as relações próximas sejam benéficas, é essencial conseguirmos manter um equilíbrio saudável e cultivarmos uma variedade de conexões sociais, que contribuem para o nosso bem-estar emocional e desenvolvimento pessoal. 

 

O que nos vai permitir desfrutar dos benefícios das relações próximas, com a consciência de que, mesmo estas, não devem ultrapassar os limites que, para nós, são razoáveis.