Erasmus antes de entrar na faculdade? Sim, é possível!

Redatora com Futuro
20 março 2023

É verdade! Eu sou a Carolina e eu estou aqui para te contar um pouquinho sobre a minha experiência. Poucos conhecem a quantidade de projetos em que podem participar, perdendo assim a grande oportunidade que é o conhecer o mundo e tudo aquilo que tem para nos oferecer.

 

Eu tive a grande sorte (com um pouco de esforço à mistura) de participar não em um, mas em dois projetos promovidos pelo Erasmus+ ainda antes de entrar na universidade. Alguns professores da escola que frequentei, durante o ensino básico e secundário, foram os primeiros a demonstrar interesse na participação neste tipo de projetos. Após apresentarem os mesmos ao corpo docente e, posteriormente, aos alunos, muitos ficaram rendidos. Quem é que não quer conhecer o mundo? Quem é que não quer fazer amigos novos? Quem é que não quer alargar horizontes? E tudo isto com amigos sempre ao lado.

 

Existe uma grande diversidade de temas de projetos. Alguns voltados para a área da matemática, outros voltados para a tecnologia, alguns para o desenvolvimento humano, outras tantos para o ambiente – as opções são quase infinitas. Um dos grandes aspetos positivos desta vertente do Erasmus é que ninguém fica de fora. Alunos que estão no ensino básico e secundário, alunos de ensino especial ou alunos do ensino regular e profissional podem participar, basta querer (até os professores participam).

Se não tens conhecimento da existência deste tipo de projetos na tua escola, procura informar-te das várias opções que tens e faz uma proposta aos teus professores (que certamente não irão recusar!). Estas mobilidades são grandes presentes, daquele embrulhados num papel reluzente e com um enorme laço, tanto para ti, como para a tua escola. Estes projetos são financiados pela União Europeia, tu e a tua escola apenas se têm de preocupar em encontrar algo que vos faça sentido participar e cumprir todos os requisitos dos projetos.

 

Durante o meu 8º ano surgiu a primeira proposta de um projeto de Erasmus, da parte de alguns dos meus professores. Esse tinha como objetivo a promoção dos bons valores e atitudes europeus, tal como uma boa cidadania (“EVA – European Values and Attitudes”). Neste, participaram 5 países – Portugal, Turquia, Espanha, Eslovénia e Áustria. Eu e 3 colegas fomos para o último país mencionado durante uma semana. Tivemos a oportunidade de conhecer Viena, a sua capital; de ficar a “viver” com uma família austríaca, de conhecer a escola dos nossos host students enquanto desenvolvíamos atividades relacionadas com o projeto em questão; conhecer pessoas de diferentes países; e muito mais.

 

Participei num segundo projeto, o “MATH-ICT Europe”, durante o 11º ano. Apesar de o seu tema não ter sido o meu “cup of tea”, foi este o projeto que mais me enriqueceu e mais prazer me deu em participar. Este procurava promover atividades relacionadas com as áreas de matemática e informática – na altura parecia fazer sentido participar no mesmo, tendo em conta que estava a estudar na área da ciência (agora não tanto, visto que a matemática e as tecnologias nunca foram a minha “praia”, mas esta fica uma história para outro dia). Passados uns meses a fazer uma estufa inteligente com a ajuda de 5 colegas e dos nossos professores, lá fomos nós para a Turquia apresentá-la. Durante uma semana e meia consegui desenvolver as capacidades de comunicação, conhecer um país tão diferente do nosso (sim, um país, já que nós não parámos numa cidade durante mais do que dois dias) e também pessoas incríveis que tornaram esta viagem inesquecível. Tive esta grande experiência com amigos ao meu lado e pude ainda fazer outros – da Estónia, Itália e da Turquia.

Para além de ter ficado em casa de uma aluna austríaca e de ter visitado a escola de alunos turcos, também recebi uma aluna da Áustria, outra da Turquia e uma da Finlândia. No início pode ser algo um pouco assustador, receber alguém que nunca conhecemos vem sempre com estranheza e incerteza associadas. Agora, já tendo tido a experiência, não a trocava por nada deste mundo e, se a oportunidade se voltar a proporcionar, com certeza não lhe vou voltar as costas. Com isto, o que eu te quero dizer é simples: arrisca, vive todas as aventuras que te baterem à porta e, se elas não vieram ter contigo vai tu ter com elas (já alguém dizia, “se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha”).

 

Fazer Erasmus aparenta ser algo bastante empolgante, interessante, enriquecedor e, como muitas coisas na vida, assustador – pelo menos, para mim. Para além disto, do ponto de vista de um estudante do 7º ou 12º anos, pode ser também visto como uma experiência ainda distante – no entanto, acabei de te provar que, afinal, não é bem assim. Se tens o “bichinho” por viajar, conhecer novas pessoas e as suas culturas e sair da tua zona de conforto, não podes acabar o secundário sem antes ir de Erasmus (e não te esqueças, podes fazer tudo isto com os teus amigos, tal como eu fiz).

Uma das coisas que nos faz crescer e aprender é, certamente, viajar. Procura projetos que te permitam fazer isso mesmo agora, não esperes pelos teus anos na faculdade!