Lecionado em inglês
O curso de Medicina da UCP é lecionado em inglês! Admito que, quando me candidatei, estava um pouco receoso. Pensava: “Então vou para medicina, que já é um curso complexo, e vou misturá-lo com o inglês? “. No entanto, tenho a admitir que é simplesmente uma questão de hábito e que, ao final de um mês, dei por mim a falar em inglês em casa com os meus pais. A verdade é que o ensino em inglês abre as portas para o mundo e para o conhecimento. A maioria dos livros e artigos são escritos em inglês.
Módulos VS Cadeiras
O método de ensino da UCP é diferente do método tradicional, tomando como base o modelo utilizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Maastricht. Ao invés de estudarmos as cadeiras em separado, o curso integra os conteúdos em módulos que exploram os diferentes sistemas do corpo humano. Por exemplo, ao estudarmos o sistema respiratório, abordamos todos os aspetos da anatomia, fisiologia, fisiopatologia, imagiologia, e farmacologia, mas apenas desse sistema, e de forma sempre integrada, contínua, e com constante aplicação clínica.
Casos clínicos
Ao invés de estudarmos a teórica para depois aplicarmos na clínica, nós trocamos as voltas, utilizando o Problem-Based Learning (PBL). Utilizamos casos clínicos, onde começamos por identificar palavras difíceis, conceitos, definimos o problema principal do caso, fazemos uma discussão de ideias entre a turma (tipicamente de 12 alunos), e definimos tópicos de estudo. Na aula seguinte apresentamos em forma de discussão os tópicos estudados autonomamente. Esta abordagem promove um pensamento crítico e estruturado, preparando-nos para o raciocínio clínico de que iremos precisar para o nosso futuro.
Skillslab
Com tantas aulas teóricas, são também precisas aulas práticas. Tal como no método tradicional, na UCP temos aulas laboratoriais e aulas de anatomia com dissecações/modelos. No entanto, a UCP destaca-se pela implementação das aulas do Skills Lab. Tal como o nome sugere, estas aulas são dedicadas à prática de habilidades clínicas, tais como procedimentos médicos ou exames físicos, que podem ser necessários durante a avaliação de um doente. Durante estas aulas, os alunos têm a oportunidade de praticar as suas habilidades em modelos ou em colegas de turma que assumem o papel de pacientes simulados. Esta abordagem permite aos alunos experienciar o lado do paciente, promovendo sensibilidade para certos detalhes que só poderiam ser compreendidos assumindo esse papel.
CORE
CORE (Consultation and Reflection) é uma componente prática que temos desde o primeiro ano até aos anos clínicos, na qual realizamos consultas simuladas com atores treinados para serem doentes. Estas consultas são gravadas e a turma, juntamente com o professor, dão feedback sobre o desempenho do aluno durante a consulta.
André Gaspar – Aluno de 2º ano