Muitos de vocês, quando estiverem a fazer a matrícula no vosso curso, vão ter a opção de escolher aulas em Inglês e esta é uma decisão que certamente vos assusta, pois uma coisa é ter aulas para aprender Inglês e até perceber daquilo, outra coisa é tirar uma licenciatura inteira em Inglês. A verdade é que há aspetos bons e outros não tão bons.
Com a globalização, saber falar Inglês é essencial e nunca sabemos o quão importante vai ser esta língua no nosso futuro profissional. Neste aspeto, tirar a licenciatura em Inglês é algo muito benéfico, já que é uma forma excelente de melhorar a fluência e o vocabulário, incluindo termos técnicos que vão ser úteis no futuro. Para além disso, estar numa turma de Inglês proporciona o contacto com estudantes estrangeiros que vêm para Portugal fazer Erasmus e essa é uma forma excelente de ouvir falar de outras realidades e conhecer um pouco novas culturas.
Depois, há os aspetos mais complicados. Nas universidades em que tirar a licenciatura em Inglês é uma opção e não obrigatório, é muito provável que os materiais de estudo de anos anteriores sejam menos e muitas vezes é necessário trabalhar com os materiais das turmas de Português, o que se pode tornar complicado com certas cadeiras teóricas em que os termos técnicos em Inglês não são nada parecidos com os portugueses. Por outro lado, nas cadeiras relacionadas com matemática, como estatística, álgebra, cálculo, otimização, entre outras, pode ser mais difícil ao nível da concentração: se, para ti, todas essas cadeiras parecem chinês quando são ensinadas em Português, é provável que pareçam ainda pior quando ensinadas em Inglês e que tenhas algumas dificuldades na parte teórica. No entanto, para alguns alunos, estas cadeiras são mesmo as mais fáceis, “porque são só números”. No fundo, depende de cada um.
Fazendo um balanço dos aspetos positivos e dos aspetos negativos, tirar a licenciatura em Inglês compensa. É normal que ao início possa parecer um pouco estranho e tenhas de fazer muita pesquisa para descobrir o que significam os termos técnicos, mas acabas por te habituar e desenvolver bastante as tuas competências, o que te será muito útil no futuro. Se gostas de Inglês e/ou falas bem esta língua, não tenhas medo e desafia os teus limites: se não correr bem, tens sempre a opção de mudar. Caso sejas uma daquelas pessoas que não percebe mesmo nada, pondera a hipótese de tirar um curso, pois será bastante valioso.
Deixamos-te os testemunhos de alguns alunos que estão a tirar a licenciatura em Inglês para perceberes melhor como funciona.
Pedro Mendes, Gestão
Aquando da minha matrícula na faculdade deparei-me com uma escolha que tinha que fazer: Licenciatura em Inglês ou em Português?
Depois de muito pensar e um pouco a medo acabei por escolher a opção de realizar a licenciatura em Inglês. Optei por esta opção devido ao facto de no Mundo atual, o Inglês estar muito valorizado. Outra razão foi o facto de querer desenvolver o meu Inglês pois só tive a disciplina até ao 9º ano.
Em suma, considero esta experiência muito positiva, pois ao fim de um ano e meio, aumentei significativamente o meu nível de Inglês e, no futuro, irá enriquecer o meu currículo
João Oliveira, Gestão
Quando acabei o secundário, decidi fazer a minha licenciatura em Inglês, porque quis desafiar-me e melhorar a minha capacidade nesta língua.
Visto que não tinha nenhum curso de Inglês, tive algum receio, sobretudo em estudar a matéria e fazer frequências numa língua diferente. Achei que, se o ensino superior já ia ser exigente, fazê-lo totalmente em Inglês seria ainda pior.
O facto de todos os dias estar em contacto com a língua inglesa, ouvir, escrever e falar, fez com que estivesse muito mais à vontade com o que Inglês e que tivesse melhorado bastante! Acredito que, no final do curso, saímos em vantagem face aos restantes alunos que tiram a licenciatura em Português, não só porque melhoramos o nosso domínio da língua inglesa, como somos mais valorizados no mercado de trabalho, porque as empresas sabem que estivemos três anos em contacto diário com o Inglês e isso é bastante importante!
Filipe Lourenço, Gestão
Treinar uma língua estrangeira e ter contacto com estudantes em mobilidade internacional enquanto completo a licenciatura foram dois dos principais fatores que me convenceram a fazer o curso em Inglês.
A vertente internacional é certamente um aspeto a favor das aulas em Inglês quando comparadas com as lecionadas em Português. Não digo que quem as tenha em Português não esteja preparado para experiências internacionais, tanto profissionais como académicas, mas acredito que quem as tem em Inglês poderá estar mais à vontade e predisposto a tal já que, para além da língua, também certos pormenores dos conteúdos lecionados diferem.
De uma forma geral, foi uma decisão de que não me arrependo e que tomaria de novo caso assim o tivesse de fazer.
Beatriz Martins, Gestão
Ter aulas em Inglês é muito benéfico na medida em que, para além de o praticarmos imenso, o que é tão importante, ficamos a conhecer os termos da nossa área nesta língua, o que de outro modo seria mais difícil. Assim, é mais fácil internacionalizarmos o nosso currículo.
No entanto, quando em certo momento de uma aula deixo de estar atenta (é impossível estar com total atenção durante 1h20), é mais difícil voltar a encontrar o “rumo”. Digo isto porque acho que, em Português, mesmo que não esteja totalmente atenta, vou sempre ouvindo alguma coisa.
Antes de ter aulas em Inglês achava que seria muito difícil fazer os testes numa língua diferente da minha, mas tem-se revelado muito semelhante a como me sentia ao escrever em Português.
Rita Iap, Gestão
Na Nova, a partir do segundo ano, as aulas são todas lecionadas em Inglês, o que não me deu oportunidade de escolha da língua que desejaria. Ao longo do primeiro ano, pensava sempre que o facto de não aprender na minha língua materna seria um dos maiores obstáculos que a faculdade me poria. No entanto, o impacto inicial não foi tão “dramático” como eu tinha imaginado. Uma das minhas maiores dificuldades foi conseguir estar atenta às aulas, principalmente às teóricas. Isto porque enquanto nas aulas em Português podia estar desatenta e, ainda assim, estar a ouvir e a perceber o que era dito, em Inglês não o conseguia fazer. Assim que ficava desatenta, tornava-se bastante difícil para mim voltar a estar dentro da matéria. Por outro lado, havia também muitas palavras e conceitos cujo significado não sabia. Nestas situações, ou perguntava a um colega, ou pesquisava no Google a tradução, o que tornou a adaptação muito mais fácil do que tinha esperado.
De facto, se tivesse oportunidade de escolher o idioma de aprendizagem, iria sempre eleger o Português. Todavia, é mais que evidente que o Inglês é um idioma fundamental de estudar, ainda para mais na minha área de estudo. É também uma grande ajuda para possíveis ofertas de trabalho no estrangeiro, por exemplo, ou até mesmo em Erasmus. Uma das grandes vantagens de ter aulas em Inglês é poder estar em contacto com alunos de outras nacionalidades.