Porque o passo que vais dar depois de acabares o secundário pode ser ainda uma incógnita, ao longo das próximas semanas, a Inspiring Future vai partilhar contigo artigos escritos por profissionais de diferentes áreas. Esta semana, convidámos o Pedro Vala, Responsável Contabilístico e Fiscal no El Corte Inglés com 26 anos, a falar-te um pouco do seu percurso académico e profissional. Esperemos que estes artigos te ajudem a tomar uma decisão mais ponderada em relação ao teu futuro!
Não hipoteques o teu futuro por falta de conhecimentos no presente
Se existe decisão na nossa vida que influencia e delineia para sempre o nosso destino é a escolha do curso superior após a conclusão do ensino secundário.
Admito que, no meu caso, não lhe atribuí essa importância e, por isso, momentos antes de concorrer ao ensino superior, ainda pairavam muitas dúvidas na minha cabeça. Para demonstrar essa incerteza, basta referir que no 10º ano optei pelo curso de Ciências e Tecnologias e, três anos mais tarde, acabei por não seguir um curso relacionado com essa área.
Esta indecisão causou-me algumas dificuldades de adaptação no curso de Gestão para o qual ingressei na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), no Instituto Politécnico de Leiria (IPL). Apesar de todas as incertezas, ao longo do tempo fui desenvolvendo o gosto pela área da gestão/economia e hoje tenho a certeza que optei pelo caminho certo para mim.
Outra questão que importa ter em consideração na altura de escolher o curso é perceber o nível de empregabilidade afeto à área que escolhemos seguir. A importância desta questão tende a aumentar, quanto maior forem as incertezas pessoais sobre o curso a escolher. Se tens mesmo a certeza do que queres fazer no futuro, certifica-te que serás o melhor nessa área para garantires que o futuro te vai sorrir.
No meu caso, não fui certamente o melhor dos melhores na minha licenciatura, mas tive a sorte de ingressar numa área com muita oferta de trabalho, pela grande amplitude na variedade de funções a executar.
Ainda não tinha terminado o meu curso e já procurava trabalho, o que me garantiu emprego de uma forma quase imediata. Comecei como simples administrativo numa empresa de aluguer de viaturas pesadas. Neste primeiro emprego, para além da gestão de fornecedores, era também responsável por dar apoio na contabilidade e na análise económica.
Após dois anos fui convidado para responsável de uma unidade de serviços de assistência mecatrónica automóvel do mesmo grupo da empresa. Passei a assumir funções ao nível da negociação de tudo o que afetava direta ou indiretamente a unidade.
Nesse mesmo ano iniciei o mestrado de Economia da Empresa e da Concorrência na ISCTE Business School em horário pós-laboral, o que me obrigou a um esforço suplementar para garantir que nada ficasse para trás. Tive a noção de que uma licenciatura não era suficiente para me diferenciar dos milhares de licenciados em Gestão em Portugal e, por isso, as minhas ambições levaram-me a tomar essa decisão. Ainda antes de terminar o mestrado, surgiu a oportunidade de integrar o departamento financeiro do El Corte Inglés, onde atualmente sou responsável contabilístico e fiscal de uma das empresas do grupo.
Tenho presente que o meu salto de patamar a nível profissional dependeu muito da opção do mestrado e, mais especificamente, da escolha da instituição de ensino. Hoje em dia, as grandes empresas olham muito para a instituição de ensino e, por essa razão, é fundamental estar bem informado das opções existentes no país e as mais adequadas para a área que queremos seguir.
Mas não só a instituição de ensino importa, o perfil pessoal tem também um grande peso na entrada para o mercado de trabalho. Pessoalmente, tenho plena convicção que tanto os sete anos de participação em atividades escutistas, como as minhas ligações ao desporto, ao associativismo e à causa pública foram benéficos para meu currículo. Desenvolve as tuas competências pessoais e sociais participando em atividades que definam o teu perfil e sejam uma mais-valia no teu currículo!