Porque o passo que vais dar depois de acabares o secundário pode ser ainda uma incógnita, ao longo das próximas semanas, a Inspiring Future vai partilhar contigo artigos escritos por profissionais de diferentes áreas. Esta semana, convidámos a Ana Catarina Reis, Gestora de Recursos Humanos, com 24 anos, a falar-te um pouco do seu percurso académico e profissional. Esperemos que estes artigos te ajudem a tomar uma decisão mais ponderada em relação ao teu futuro!
“Choose a job you love, and you will never have to work a day in your life.” Confucius
Para mim, foi assim que surgiu a Psicologia, uma área das ciências sociais e humanas que nos provoca abertura de horizontes, através do aprofundamento do conhecimento do comportamento humano.
Sabia que o mercado de trabalho estava difícil, por isso comecei a debater-me sobre os passos que devia tomar para diferenciar o meu percurso.
Já participava em atividades extracurriculares como escuteiros, voluntariado, grupos desportivos, mas, foi no 10º ano que arrisquei e desafiei os meus pais a deixarem-me ir para os Estados Unidos, num programa de intercâmbio. Fiz o 11º ano ao lado de uma família de acolhimento fantástica, em Idaho, e na Mountain View High School descobri disciplinas como American History, Adult Living, Personal Finance, Foods and Nutrition, Fashion Design e Algebra. Tive a liberdade para escolher, explorar, experimentar, falhar e ultrapassar. Foi sem dúvida uma experiência enriquecedora da qual guardo muitas saudades e que me proporcionou autoconhecimento, autonomia e perseverança.
Já em Portugal, quando chegou a altura de preencher o boletim de acesso ao ensino superior, não tinha dúvidas sobre o que gostava de seguir, a questão era onde?
Quando vamos para a faculdade há uma rotura com o padrão de ensino a que estávamos habituados, e isso obriga-nos a refletir sobre os nossos objetivos a longo prazo. A escolha da faculdade foi por isso uma grande responsabilidade, que me levou a investigar sobre os programas das cadeiras, os professores, o prestígio da instituição, as propinas e a localização, acabando por optar pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa.
Passei naturalmente por um período de adaptação, onde procurei aproveitar a nova liberdade para explorar as matérias que mais me entusiasmavam, tendo logo no 2º ano decidido o ramo da Psicologia que gostaria de seguir: Psicologia dos Recursos Humanos do Trabalho e das Organizações.
Como na minha faculdade não havia muitas cadeiras nesta área, decidi candidatar-me no programa Erasmus, a uma faculdade onde pudesse aprofundar o lado mais organizacional da psicologia. Foi na Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, que realizei o primeiro semestre do 3º ano e pela segunda vez estive inserida numa nova cultura. Quando regressei comecei a refletir sobre a importância da aplicação prática da teoria académica, e assim cheguei à EDP. Já tinha contactado com a empresa, como monitora do campo de férias durante dois anos consecutivos, e por isso considerei que era neste Grupo que gostava de iniciar o meu percurso profissional.
Candidatei-me a um estágio curricular ainda no 4º ano e a resposta foi negativa, teria de esperar pelo ano seguinte para completar o estágio no âmbito do programa académico. Como queria mesmo estagiar na EDP, mantive o contacto com os recursos humanos na esperança de uma entrevista no ano seguinte.
E finalmente, chegou o dia! Iniciei o meu estágio curricular na Direção de Recursos Humanos Corporativos da EDP. Estava nervosa, entusiasmada e com vontade de aprender, guiada pela curiosidade em conhecer o negócio e a cultura da empresa. A verdadeira aprendizagem começou com a minha integração na área de Atratividade, Seleção e Mobilidade, onde tive contacto com programas como o EDP Trainee Program, estágios curriculares e de verão, acolhimento e integração, entre outras iniciativas que tinham como objetivo promover a marca EDP junto dos alunos. Trabalhei com uma equipa fantástica, que me acompanhou ao longo de todo o percurso e me ensinou grande parte do que sei hoje.
Realizei ainda um estágio profissional ao qual se seguiu um novo desafio: integrar a área de Potencial, Desempenho e Diversidade, onde me encontro atualmente. Nesta área estou a aprender muito e a abraçar novos projetos, com os quais vou continuar a crescer e a contruir o meu futuro.
Se há um final nesta história em construção, o mesmo é que devemos arriscar quando se trata de descobrir do que gostamos!
Não nos devemos render às barreiras aparentes, mantendo a curiosidade sobre o que nos rodeia e traçando sempre o caminho na direção do que nos realiza.
Artigo originalmente publicado em julho de 2015.