A descoberta do nosso talento pessoal é aquele quebra-cabeças que mói o juízo a muita gente que não é afortunada com um insight do seu propósito profissional na flor da idade. Quem não tem aquele colega que sabe que quer ser médico desde os 5 anos de idade ou aquela colega que pratica natação de competição desde que nasceu e já treina todos os dias para ser campeã mundial? É. Not me. Sim, eu até aprendi a nadar, mas era apenas um hobbie.
Entre todas as disciplinas que tens no secundário, o mais comum é saberes quais as que gostas mais e quais as que detestas. Esse acaba por ser o critério de seleção do curso superior que achas que deves seguir para conseguir um emprego seguro que te realize e te dê uns trocos jeitosos para teres aquela qualidade de vida que ambicionas. Nada mais errado! Quando eras mais novo gostavas e focavas-te em certos temas, que entretanto puseste de lado. Já não és a mesma pessoa, tens interesses diferentes e por isso as áreas que te fascinam já não são as mesmas. Garanto-te que daqui a uns anos não irá acontecer algo de muito diferente. Porém, se reparares bem, a forma como fazes as coisas não difere muito desde que és pequeno… preferes atividades que envolvam pessoas ou sistemas? Numa atividade de grupo, lideras ou segues? Pensas de forma mais concreta ou mais abstrata? Ora que interessante encontrar certas constantes como fio condutor…
Dito isto, deixa-me introduzir-te o ikigai!
Ikigai é a palavra japonesa para o sentido de propósito de vida. O teu ikigai é encontrado na combinação das respostas que dás a um conjunto de perguntas bem objetivas:
O que gostas de fazer?
Como podes fazer que tornará o Mundo melhor?
O que é que podes ser pago para fazer?
O que fazes melhor?
Como podes ter reparado, o talento não é nada mais, nada menos do que a conjugação do que gostas de fazer com o que sabes fazer bem.
Da próxima vez que te vires frente à decisão quanto ao teu percurso profissional, vira-lhe costas, olha para dentro de ti e questiona-te. Estás preocupado com a segurança de um emprego efetivo e um bom salário? Descansa, porque a mudança é a única constante da vida (especialmente no mercado de trabalho atual) e o teu rendimento financeiro será tanto melhor quanto melhores forem a tua produtividade e qualidade de trabalho, diretamente ligadas com o teu empenho e dedicação, únicos só de quem ama o que faz.
Inspirado no artigo “Is this Japanese concept the secret to a long, happy, meaningful life?” de Laura Oliver, World Economic Forum.