Sem mesmo dares conta, já pensaste na quantidade de coisas em que confias diariamente? Confias que, se te sentares numa cadeira, ela não vai cair. Confias que o funcionário do café da tua escola não pôs veneno na tua comida. Confias que a tua professora não avaliou o teu teste de forma justa só porque estava distraída.
Confias que ninguém te quer atropelar de propósito, que se passares na passadeira em princípio continuas vivo, que se chegares a tempo ao autocarro ele vai estar lá como habitualmente, e que o motorista não te vai levar para sítios desconhecidos só por diversão. Confias que se abrires a torneira, sairá água, e que se falares com alguém essa pessoa te vai responder.
Na verdade, não é possível viver sem confiança, e nem sequer preciso de entrar em campos emocionais para o comprovar – afinal, contra factos não há argumentos.
No entanto, quando se trata de confiarmos em nós mesmos parece que a coisa se complica. Eu até sei bem a matéria, mas devia saber melhor. Eu até sou bom a cantar, mas há quem cante melhor. Mas o que eu te pergunto é: no final da vida, é do medo que te vais querer lembrar, ou da confiança?
Pois bem, confiança em nós mesmos é essencial. Precisamos de confiar que somos os melhores para efetivamente o sermos, precisamos de confiar que seremos capazes de concretizar os nossos sonhos, para efetivamente os concretizarmos. E, da mesma forma que eu não penso na imensidão de coisas em que confio todos os dias para sobreviver, também a confiança em nós mesmos deve ser automática. Porque, se não partir tão tarde como espero, ou exatamente como espero, é bom confiar que terei confiado o suficiente em mim para saber que dei o meu melhor. Portanto, confia em ti da mesma maneira que confias na cadeira!