Todos nós temos dentro de nós uma voz que adora dar conselhos às outras pessoas, chamemos-lhe o monstro dos conselhos.
Quando tens um amigo a vir pedir-te conselhos, é aquela voz que fica logo toda acesa, prestes a balbuciar qualquer tipo de conselho e a história começou nem há 10 segundos!
Estás a ver essa voz? É terrível ouvi-la, sobretudo se o assunto for a escolha do curso ou da Instituição. Se te estás a perguntar “Porquê?” continua a ler, vamos explicar tudo.
Na realidade, o problema não é dares conselhos, o problema é quando dás conselhos ou arranjas uma solução para um problema de outra pessoa com o teu conhecimento/experiência.
Se ainda não estás convencid@ aqui vão 3 formas como normalmente os teus conselhos dão asneira:
· O problema raramente é aquele que te está a ser apresentado;
· O teu conselho nunca é assim tão bom como tu achas. Se estás a pensar “Os meus conselhos são incríveis! Isto não se aplica a mim.”, fica aqui um vídeo sobre o quão tendenciosos somos, normalmente;
· Se és constantemente a pessoa que dá conselhos, é mau para ti e para a pessoa que os ouve. Porquê?
o Porque tu vais estar constantemente com a pressão de teres que ter resposta para tudo, e de que tens de salvar o dia;
o Porque a outra pessoa vai ficar sem autonomia e confiança, vai sempre depender de ti para resolver o problema.
Para além disto, se tu estás a dar um conselho, significa que tu és melhor que a outra pessoa ou pelo menos que à partida terás mais conhecimento sobre aquele assunto, aparentemente.
Qual é a solução para esta salgalhada? Manteres-te curioso! Mais do que dares conselhos, deves fazer perguntas e deixar que a pessoa chegue à solução do problema por si só. Aqui vão algumas ideias de perguntas e porque deves fazê-las:
“Qual é o verdadeiro problema?”
Isto provoca a consciência que nenhum de vocês sabe verdadeiramente qual é o problema, estão no mesmo ponto de igualdade e ajuda a que a outra pessoa vá ao fundo da questão.
Por exemplo: Normalmente, quando a malta não sabe que curso quer, é porque ainda não descobriu o que é que gostava de estudar, o que quer fazer na sua vida profissional ou nem sequer sabe quais são as possibilidades que existem no Ensino Superior.
“OK, e mais? Quais são as outras razões?”
Isto vai fazer com que ambos percebam que a 1.ª ou a 2.ª razão não vão ser as únicas respostas ou as melhores respostas. Vai fazer com que vão mesmo até ao núcleo da questão.
Por exemplo: Há pessoas que acreditam que o curso para o qual querem ir é muito difícil, e que não tem capacidades para fazê-lo. Há também pessoas que acreditam que as notas são muito elevadas e que não têm capacidade de atingi-las para poderem entrar onde querem.
“O que é que queres mesmo?”
Quando conseguimos responder a esta questão, isto passa a ser a base da nossa jornada, o ponto de partida. Assim que chegas à conclusão do que queres realmente, começas a desenvolver onde queres chegar e como fazer para lá chegar.
Sempre que te manténs curioso estás a ajudar as outras pessoas a encontrarem as respostas por elas próprias e a desenvolverem a sua autoestima e autonomia.
Assim conseguirão encontrar o caminho delas e não o caminho que tu achas que elas devem seguir.