Quando é que eu, aluno do ensino secundário, me devo preocupar com a minha candidatura ao ensino superior internacional?

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5 junho 2023

A visão de um consultor educativo.

Muitos alunos portugueses vêem-se confrontados com uma certa (ou enorme) urgência em ter de decidir o seu futuro, seja ele académico ou profissional, quando estão prestes a terminar o 12º ano de escolaridade.

É certo que outros alunos já podem ter ideias pré- definidas acerca da licenciatura que desejam seguir, mas essas escolhas estarão fortemente associadas à necessidade de apresentarem uma média muitas vezes elevada e desajustada que os pode levar a desistir das suas legítimas aspirações. Exemplos típicos são, claramente, os cursos de Medicina e Engenharia Aerospacial, completamente vedados a alunos que tenham médias boas, mas não excelentes.

É por isso que muitos alunos ponderam estudar fora de Portugal. São muitas as razões que podem estar por detrás dessa decisão. No entanto, quando é que eu, aluno do ensino secundário, devo tomar essa decisão e, mais importante, quando é que devo começar o meu processo de candidatura internacional?

 

Em Portugal, os processos de candidatura são claramente tardios e exclusivamente baseados na média de ensino secundário, por isso, não há grande pressa. Há, isso sim, a necessidade de ter boas notas, independentemente do curso ou das universidades. No fundo, esta lógica quantitativa afasta-se de uma outra, mais completa e frequentemente posta em prática por outros países: a qualidade e o porquê da nossa escolha.

 

O 10º ano de escolaridade é, muitas vezes, considerado uma etapa difícil uma vez que o grau de dificuldade de algumas disciplinas aumenta substancialmente. Matemática é o exemplo deste ponto. O 11º ano, por seu turno, acaba por ser um ano que irá colocar os alunos face aos seus primeiros exames nacionais, o que requer, claro, especial atenção.

Por último, o 12º ano, pela menor carga horária, apesar de implicar a realização de mais dois exames, normalmente permite um aumento da média de ensino secundário. Dito isto, impõe-se a pergunta: Quando é que o aluno se deve preocupar com a sua candidatura ao ensino superior internacional?

 

Frequentemente, muitos pais, colocam esta questão, indo até mais longe, perguntando quando devemos começar o processo. A resposta é simples: o melhor momento, seja com o aluno no 10º, no 11º ou no início do 12º ano, será aquele em que todos nós, aluno, pais e consultor educativo, começamos a procurar as melhores opções possíveis. Isso pode ser feito no fim do 10º ano, mas claro que será cedo. Talvez a janela de candidatura mais adequada seja entre o fim do 11º ano e o início do 12º ano.

Porquê tão cedo, face à realidade portuguesa? É fácil explicar: muitas universidades internacionais vão exigir documentos de natureza qualitativa, que espelhem a motivação do aluno, as suas competências e as suas aspirações, bem como o parecer de professores do aluno que possam, claro, atestar a sua qualidade. Esses documentos são: personal statement, cartas de recomendação, curriculum vitae, certificados de atividades de voluntariado ou desporto, etc. Outras universidades podem pedir ao estudante que realize provas entre outubro e fevereiro do seu 12º ano, razão pela qual, necessitamos de tempo.

 

Claro que existem escolhas universitárias internacionais que nos permitem avançar apenas no fim do ensino secundário. Ainda assim, precisamos de tempo para as escolher.

 

Trata-se de um exercício importante: começar a pensar cedo sobre o que gostamos de estudar e de fazer e não tanto sobre que profissão vamos querer seguir. Muitas vezes o problema é mesmo esse: escolher mesmo no fim do 12º ano. Parece haver um certo determinismo que é imposto ao aluno durante o ensino secundário, quando no final de contas tudo vai depender da sua média e não da sua vontade.

 

Carlos Xavier é um consultor educativo certificado pelo British Council que desde 2010 trabalha com sucesso com alunos que desejam frequentar o ensino superior internacional. O foco no aluno e não no curso é a base de um trabalho dedicado e, graças a este importante ponto de partida, mais de 1500 alunos tiveram oportunidade de encontrar um sólido ponto de partida para as suas ambições académicas.