Já fez um mês que cheguei a Barcelona: aterrei no aeroporto El Prat no dia 5 de setembro ao final do dia. Para ser sincera, os últimos dois dias antes de vir embora custaram-me bastante, sentia que estava a deixar o meu coração para trás. Tinha a sensação que ia correr tudo bem, não tinha medo, mas não deixou de custar por causa disso.
As saudades já tinham chegado ainda nem me tinha vindo embora, mas de coração apertado vim e de coração apertado cheguei numa noite de tempestade, a maior que já vi. Os barcelonenses dizem que não se sabe chover nesta cidade: não chove muitas vezes, mas quando chove o céu cai e a cidade bloqueia.
Bons companheiros de casa, bom início de estadia!
Cheguei a uma casa onde já viviam quatro raparigas, todas estudantes e todas espanholas. Não podia ter pedido melhor receção: fizeram-me o jantar e falaram imenso comigo, mostraram-me um mapa de Barcelona e explicaram-me os transportes. Com base na minha experiência, aconselho a toda a gente que tente ficar numa casa com pessoas locais. As raparigas com que vivo não são de Barcelona, tal como eu estudo em Lisboa mas não sou de Lisboa. Mas pessoas de outros países não é nada difícil de conhecer – há muitas atividades para os alunos de Erasmus se conhecerem – o difícil é conhecer locais.
11 horas para passear... 13 para dormir!
Quando cheguei, faltavam quase três semanas para começarem as aulas, mas queria aproveitar ao máximo a minha estadia (e a renda do mês de setembro). Foi uma ótima decisão: tive tempo para me instalar, conhecer a cidade, fazer amigos e “turistar” antes de começarem as aulas. Chegar a uma cidade nova e assimilar toda a informação (incluindo o esforço de falar uma língua diferente) é mais exaustivo do que aparenta ser. Nos primeiros dias dormia umas treze horas por noite, pois chegava ao fim do dia muito cansada.
Vim sozinha de Erasmus - para mim só fazia sentido assim – e escolhi Barcelona porque queria aprender a falar espanhol; muita gente diz que não tem lógica ir para um sítio tão perto, mas adoro estar aqui e não acho que esteja a perder alguma coisa só porque estou no país vizinho. A cidade é linda, a cultura é rica e o espírito não tem nada a ver com Portugal. É uma cidade muito grande e cosmopolita, mas nunca me senti perdida ou tive medo.
Vir sozinha para conhecer novas companhias!
Para além das minhas colegas de casa, as melhores amigas que fiz até agora são duas dinamarquesas – a Anna e a Xenia – e uma alemã chamada Carlotta, que conheci em atividades para alunos de Erasmus. Elas são incríveis! É muito engraçado trocar impressões culturais com pessoas de outros países. Já encontrei portugueses turistas e também encontrei uma loja de produtos portugueses, mas não encontrei outros portugueses a fazer Erasmus aqui. As aulas só começaram há uma semana e meia, ainda não tive a oportunidade de conhecer bem os meus colegas espanhóis da faculdade, mas espero conseguir fazê-lo.
Sempre tive um carinho muito especial por Portugal, pelas Caldas da Rainha (a minha cidade) e por Lisboa. Estando longe, acho que o carinho só aumenta! Estou a adorar estar aqui e apaixono-me um bocadinho mais por Barcelona todos os dias, mas também descubro novas formas de como gosto do meu país e dos meus sítios (e dos meus amigos e família, lamechices à parte).
Por agora são estas as notícias que tenho para dar. Mas vamos falando!
Beijinhos,