Desenha o teu futuro

4 fevereiro 2022

Não fui aquela criança que desde cedo sabia precisamente aquilo que viria a ser um dia. Aliás, fui até sempre bastante “criativa” com as minhas escolhas ao longo do tempo. Desde médica cirurgiã a investigadora criminal, passando por bailarina e por fisioterapeuta, as minhas mudanças em relação à minha perspectiva futura sempre foram muito inconstantes, mas ao longo dos anos vieram a tornar-se cada vez mais claras.

 

O grande desespero foi a escolha da área, na hora de seguir para o secundário - e nesta altura é com um suspiro de alívio que tenho um “obrigada” muito grande aos meus pais, por sempre encararem a minha “criatividade” de uma forma positiva e me deixarem sempre fazer as minhas escolhas quando isso se justificava com os meus sonhos e a minha felicidade.

Quando no 10º ano descubro que definitivamente a área de Ciências não poderia passar de todo pelo meu futuro, foi com grande tranquilidade e vontade que decidi encarar as Artes como a minha forma preferida de conjugar os verbos no presente. E digo hoje com toda a certeza que nunca devemos ter medo de mudar, se sentirmos que isso poderá interferir com o nosso bem-estar.

O meu percurso dentro do mundo do design foi mais ou menos natural. Acabado o secundário, achei que o IADE seria a escolha ideal tendo em conta o programa curricular e tendo em conta que não teria de decidir (mais uma vez) uma área concreta por onde seguir. E durante esse percurso rapidamente concluí que no meio deste infinito mundo, o design gráfico era o “tal”. A paixão assolapada, a vontade e o crer.

 

Como qualquer relação, óbvio que passei por incertezas, dúvidas, desesperos, frustrações, falta de vontade e vontade de desistir. Mas encarei tudo isso com calma, porque se nunca deixarmos de trabalhar e de tentar, as coisas acabam por acontecer e, por vezes, da forma mais inesperada. Se ainda nos fizer feliz, então é porque estamos no caminho certo.

 

Depois de tudo isto sinto que valeu a pena todo o esforço e todo o trabalho que tenho todos os dias justifica tudo. Mesmo quando, passados estes anos todos, a minha avó ainda não percebeu bem aquilo que faço.

Sou designer há 6 anos e muito, muito feliz. Não deixei de estudar desde que acabei a minha licenciatura, porque acho que a nossa criatividade tem de ser estimulada de todas as maneiras possíveis: viajar, conversar, ler, ouvir e até ficar fechada numa sala durante algumas horas. Para além de tudo isto, acredito que o design terá sempre um papel muito importante na sociedade. Porque ser designer não é só “fazer as coisas bonitas”, mas aplicar estratégias para além da ciência, criar conceitos e pôr-nos à prova todos os dias.